Dados do Incra indicam que de janeiro a novembro de
2012, somente 10.815 famílias foram assentadas. Para o MST, a reforma agrária e
investir em assentamentos são políticas fundamentais para superar a miséria.
O
ano de 2012 foi bem pior do que 2011 para os movimentos sociais que lutam pela
reforma agrária no Brasil. O ano passado já foi emblemático por ter sido o pior
dos últimos 16 anos em relação à distribuição de terras. No período foram
assentadas pouco mais de 21 mil famílias, segundo dados do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
No
entanto, os novos dados do mesmo órgão indicam que de janeiro a novembro deste
ano, somente 10.815 famílias foram assentadas.
Para
Marina dos Santos, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), esse é um número irrisório, diante da realidade tão complexa
que há no Brasil, com altíssimo nível de concentração de terra.
“Por
um lado, esse é um número que reflete o aumento da concentração da terra no
Brasil e da desnacionalização da terra, juntamente com os bens naturais. Por
outro lado, o governo prioriza o grande latifúndio e a produção de poucos
produtos para a exportação; em detrimento do fortalecimento da agricultura
familiar camponesa e da realização da reforma agrária”, denuncia.
No
entendimento dela, a realização da reforma agrária e o investimento nas áreas
dos assentamentos são políticas fundamentais para superar a miséria do país.
Essas medidas beneficiariam tanto a população que vive no interior como quem
mora nas cidades, por meio da geração de emprego, crescimento do mercado local
e produção de alimentos mais farta, barata e com maior qualidade.
“Cresce
o papel dos movimentos sociais, que é o de fazer pressão aos governos, para que
cumpram com sua responsabilidade, que é de penalizar o latifúndio improdutivo e
realizar a reforma agrária no país”, ressalta Marina.