segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Nostradamus

João Salame acaba de ser notificado (às 10h30) pela Justiça Eleitoral para assumir a Prefeitura de Marabá. Agora vamos às previsões.
Salame tem até o fim da semana para assumir a prefeitura (são cinco dias úteis).
Caso o recurso de Maurino no Tribunal de Justiça do Estado seja aceito ainda esta semana, Maurino deve reassumir a cadeira do Executivo Municipal até sexta-feira.
Ou seja, se Salame assumir e em seguida Maurino reassumir, Marabá poderá ter três prefeitos na mesma semana.
Mas até março, isso tudo se resolve. Será quando o juiz Cristiano Magalhães (que não é parente do Maurino) dará a sentença no processo que investiga o prefeito pelo crime de Caixa 2 na campanha eleitoral de 2008.
Caso Maurino seja condenado, ele será cassado, enquanto Salame assume a prefeitura.
Daí em diante, Maurino terá de recorrer em Belém, e esse recurso pode durar meses ou até mesmo um ano para ser julgado.
Caso Maurino seja inocentado, quem deve recorrer é o PPS, partido que denunciou o Caixa 2 à Justiça Eleitoral local.
É isso.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tião queria moleza

Se na esfera local a política está em polvorosa, na estadual, também podem haver mudanças. O ex-prefeito Tião Miranda (PTB) deve definir amanhã (28) se ficará ou não como secretário de Obras do Estado.
Ao que tudo indica, Tião pensou que encontraria rosas sem espinhos. Mas isso é impossível.
Como diria um amigo meu: "Quer moleza? Vai tomar sopa de minhoca".

Polícia Federal no encalço dos Xikrin do Cateté

Logo nas primeiras horas da manhã de hoje, a Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão na sede da entidade que representa os indígenas da Aldeia Xikrin do Cateté, em Marabá.
O cumprimento do mandado é parte do inquérito que investiga possível desvio de recursos que são repassados mensalmente para a associação indígena pela Mineradora Vale.
O delegado-chefe da PF em Marabá, Antônio Carlos Beaubrun Júnior, confirmou que o foco da operação da Polícia Federal é encontrar documentos que comprovem o envolvimento de suspeitos no desvio dos recursos.
Ainda de acordo com ele, a investigação está a cargo da delegada Janaína Gadelha, que já tomou vários depoimentos, mas ninguém foi preso até este momento.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Enfim... o povo governando

Em decisão interlocutória no processo que apura crime de Caixa 2 na eleição de 2008, o juiz da 23ª Zona Eleitoral, Cristiano Magalhães, determinou o afastamento do prefeito Maurino Magalhães e do vice Nagilson Amoury. Segundo o magistrado, a defesa de Maurino vinha tentando retardar ao máximo o andamento do processo.
Magalhães determinou ainda que o presidente da Câmara, o médico Nagib Mutran Neto (PMDB), assuma interinamente a prefeitura, enquanto vai intimar o deputado João Salame (PPS), segundo mais votado na eleição de 2008, para que se manifeste no prazo de cinco dias se quer ou não assumir a prefeitura.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Semed: A farra continua

Mesmo depois da exoneração de um servidor do alto escalão da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que estaria "parindo" notas fiscais naquela pasta, a farra continua.
Há informações que serão confirmadas no decorrer da semana de que outro servidor (também com certos poderes dentro da Semed) alugou o próprio carro para a Secretaria.
Até aí tudo bem. O único fato curioso é que o veículo está sendo usado apenas para levar e trazer o próprio servidor da para a Semed.
Ou seja: o sujeito recebe o salário, ainda ganha combustível e também recebe determinada quantia pelo aluguel do próprio carro que ele usa para ir ao serviço.
Ao que parece, na Semed, existem duas forças antagônicas brigando pelo poder na Secretaria de Educação.
Como diz aquele velho didato popular: "Cavalo carregado de açúcar, até o rabo doce."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Eu acho que vi um gatinho!" - sem medo de ser leviano

Uma certa figura política de Marabá, que está envolvida em recente escândalo, pode estar também praticando uma conduta reprovável.
Essa pessoa, cujo nome não posso citar neste momento, estaria fazendo um "gato" para pagar apenas a chamada taxa mínima, referente ao consumo de energia.
No entanto, na casa desse político, sobram aparelhos que consomem muita energia, tal qual ar-condicionado, geladeira e outros que se fazem necessário para garantir o mínimo de conforto.
Se um dia essa história vier à tona, vocês saberão de quem eu estou falando.
Mas vale o registro de que é lamentável uma pessoa pública, que deveria ser em tese representante do povo, se valha de um artifício tão mesquinho, enquanto trabalhadores que ganham apenas um salário mínimo paguem suas contas de luz direitinho, sem chiar e sem "gatos".

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cadê o dinheiro dos pescadores?

Faltando apenas 40 dias para encerrar o período de defeso da Piracema nesta região (que tem duração de quatro meses), cerca de 1.500 pescadores filiados à Colônia Z-44, com sede em Itupiranga, ainda não receberam sequer a primeira das quatro parcelas do seguro-defeso. O benefício, que funciona como seguro-desemprego, é pago pelo governo federal como forma de compensação para que os pescadores não exerçam pesca profissional durante o período de desova dos peixes.
A denúncia foi feita pelo pescador Paulo Freitas. Ele afirma que toda documentação exigida dos pescadores foi encaminhada para a Colônia Z-44, desde quando se iniciou o período de piracema, em novembro do ano passado, mas o próprio presidente da colônia, Derimar Ferreira da Silva, teria confessado esta semana que ainda não enviou a documentação para os órgãos do governo responsáveis pela liberação do recurso.
Este blogger tentou contato hoje, por telefone, com Derimar Ferreira da Silva, presidente da Colônia Z-44, mas as chamadas foram encaminhadas direto para a caixa de mensagens.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O menino que morreu queimado

Há quase um ano o Ministério Público baixou uma recomendação para que os órgãos de Imprensa local não exibam imagem de adolescentes em conflito com a lei, nem mesmo usando as tradicionais tarjas e mosaicos.
Embora nem todos os órgãos da mídia marabaense cumpram essa determinação, eu concordo com ela.
Acho louvável a recomendação do MP, apesar de que a mídia da capital, pelo visto, não está sujeita a essa recomendação e derrama seus noticiários em Marabá exibindo as tais imagem dos menores.
É como se para cada cidade existisse uma legislação diferente, mas tudo bem. Esse artigo não é sobre isso.
Um dos objetivos desse texto é parabenizar os promotores porque, ao proteger a imagem dos adolescentes em conflito com a lei, eles estão, de certa forma, contribuindo com a ressocialização desses meninos e meninas.
Mas, agora, vamos às críticas.
Eu conheço o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Foi alvo de meu trabalho de conclusão de curso na Universidade Federal do Pará.
E o Estatuto diz que é dever do poder público “supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula”.
Mas quem faz isso em Marabá?
Alguém até há de dizer que isso não é tarefa do MP. Eu sei, mas fiscalizar o cumprimento disso é tarefa do MP, sim.
Além disso, a quem compete fiscalizar os órgãos que deveriam zelar pelas nossas crianças que estão perdendo a vida na Praça São Francisco? Que passam o dia pedindo esmola, furtando, se drogando e dormindo na calçada da delegacia de polícia?
O Ministério Público está de parabéns por proteger a imagem dos adolescentes infratores? Está sim. Mas e quanto ao resto?
De quem é a responsabilidade? É da prefeitura? É da polícia? É do Poder Judiciário?
Perdoem-me os promotores se eu estiver errado, mas eu tenho que falar: a não divulgação dos atos infracionais dos adolescentes em conflito com a lei é contraproducente, pois acaba, na verdade, mascarando uma realidade que está diante de nossos olhos.
Como disse certa vez o filósofo alemão Goethe, achar o erro é mais fácil do que descobrir a verdade, pois “o erro está na superfície, de modo que se deixa aparecer facilmente, mas a verdade repousa nas profundezas e encontrá-la não é tarefa para qualquer um”.
Na condição de pai de família, pagador de meus impostos e filho de um País livre e democrático, eu me sinto no direito e na obrigação de criticar as autoridades, porque elas são tímidas demais e parecem fora de foco.
Está na hora de avançar. O mesmo empenho demonstrado para proteger a imagem dos adolescentes infratores deve ser canalizado para proteger seus outros direitos básicos.
Não adianta proteger a imagem das crianças em risco social, se elas não têm o que comer, não estudam, não têm estrutura familiar, estão drogadas, sem expectativas, sem sonhos... não adianta.
Olha só o que aconteceu esta semana: um menino de 11 anos morreu queimado dentro de um barco na orla do Rio Tocantins, às 4 horas da manhã.
Ele tinha pai, mãe e casa, mas estava na rua de madrugada. Quem acompanhava a freqüência escolar dessa criança? Quem procurou saber se esse menino e sua família estavam em risco social?
Parece que ninguém fez sua obrigação.
Quem fiscaliza isso?
Quem fiscaliza?
Quem?