quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As revoltas pelo mundo

Do Oriente Médio a Marabá, o mundo se parece com a superfície solar, com milhares de explosões pipocando num ambiente inabitável.
Grevistas tomam as ruas com seus megafones e suas mágoas despejadas nos ouvidos egoístas de quem não quer ouvir (“Eles estão surdos e certos”).
Mais adiante, ninguém passa na rodovia porque a cortina de fumaça preta que emana dos pneus queimados e da indignação de toda uma gente não deixa.
Será que o mundo foi sempre um lugar tão ruim de se viver ou ficou pior de umas décadas para cá?
O que move bancários, professores, pessoas do povo a sair da rotina, encarar o sistema e dizer “não”?
As revoltas, os protestos (é bem verdade) nos causam raiva passageira porque ficamos presos no trânsito, impedidos de estudar e de pagar as nossas contas.
Mas às vezes, seres humanos como nós chegam numa encruzilhada, onde os únicos caminhos possíveis são indignar-se ou resignar-se. Esse é o “X” da questão.
E aquele que se resigna para tudo está condenado a passar pela vida sem viver.
Por isso, viva os protestos!
Viva a coragem do povo!
Viva as manifestações!
Ainda que elas nos metam em engarrafamentos ensolarados e azedos.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Folha 33: Moradores protestam na obra de duplicação

Na manhã de hoje aconteceu protesto de moradores da Folha 33, em frente à entrada principal do bairro. A comunidade reivindica a colocação de um viaduto e uma passarela na área, dentro do projeto de duplicação da Rodovia Transamazônica.
Os manifestantes não interditaram a rodovia, mas chegaram a impedir que as máquinas das empresas que tocam o projeto continuassem trabalhando.
O clima ficou tenso por alguns instantes e uma comissão foi formada para discutir a reivindicação da comunidade com o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte – e com a prefeitura.
Vamos ver no que vai dar.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dejetos no rio!

O comerciante Pedro Lopes de Brito, um dos mais tradicionais de Marabá, não gostou nada das críticas que recebeu de gente ligada à Universidade Federal do Pará sobre as casas flutuantes do Rio Tocantins.
Ele quer ter o direito de continuar soltando dejetos no Rio Tocantins, sem ser incomodado pelos órgãos ambientais.
Para quem não sabe, Pedrinho chegou a rasgar uma notificação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente na presença dos fiscais.

Caixa 2: Justiça decide futuro de Maurino esta semana

Na tarde da última sexta-feira (23), a promotora Aline Tavares, do Ministério Público, deu parecer favorável à cassação do prefeito Maurino Magalhães, no processo que investiga possível crime de Caixa 2, que teria sido cometido por Maurino na campanha eleitoral de 2008, que o elegeu.
Ainda na sexta-feira, o processo foi reencaminhado ao Poder Judiciário e neste momento repousa na mesa da juíza eleitoral Cláudia Regina Moreira Favacho Moura, que deve sentenciar ainda esta semana.
Durante toda a manhã de hoje, a expectativa foi muito grande no meio político local e também entre os servidores do Poder Judiciário local quanto à possibilidade de a juíza sentenciar o caso, mas isso não aconteceu.
No final desta manhã, a juíza revelou a uma fonte que iria analisar o processo com toda a prudência que o caso requer e, por isso, não fixou nenhuma data para divulgação da sentença. A magistrada pode ou não acompanhar o parecer do Ministério Público.
A investigação contra Maurino e seu vice, Nagilson Amoury, aponta que mais de R$ 800 mil foram doados irregularmente por empresários de Parauapebas para serem usados na campanha eleitoral de 2008.
Por causa do mesmo processo, Maurino e Nagilson chegaram a ser cassados dia 25 de janeiro deste ano pelo juiz da 23ª Zona Eleitoral de Marabá, Cristiano Magalhães.
Prefeito e vice recorreram ao TRE/PA e no dia 1º de fevereiro o jurista Rubem Leão cassou a liminar do juiz eleitoral, reintegrando ambos aos cargos.

Caixa 2: Maurino pode ser cassado a qualquer momento

A qualquer momento o prefeito Maurino Magalhães deve dar adeus ao cargo (ainda que momentaneamente).
É que o Ministério Público deu parecer favorável à cassação do prefeito no processo que investiga possível crime de Caixa 2, que teria sido praticado por Maurino na campanha eleitoral que o elegeu em 2008.
A sentença está na mesa da juíza eleitoral Cláudia Regina Favacho Moura, que está à frente do processo. A qualquer momento a decisão será anunciada.
O parecer do Ministério Público, favorável à cassação de Maurino, foi dado ainda na tarde de sexta-feira (23).

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Polícia Federal investiga participação da Vale em grilagem de terras públicas

A Polícia Federal (PF) investiga a participação da mineradora Vale em uma suposta fraude para a aquisição de terras públicas pertencentes ao Estado de Minas Gerais. A área, localizada na região Norte, tem um potencial estimado em 10 bilhões de toneladas de minério de ferro.
Na terça-feira (20), o Ministério Público Estadual e a PF desarticularam um esquema de grilagem chefiado pelo secretário extraordinário de Regularização Fundiária, Manoel Costa. As investigações demonstraram que a Vale teria repassado pelo menos R$ 40 milhões a pessoas ligadas a quadrilha.
A operação policial resultou na prisão de oito pessoas, além de 20 mandados de busca e apreensão. Funcionários do Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais registravam terras públicas em nome de laranjas e depois as revendiam a preços milionários.
Em muitos casos, eram forjados documentos para facilitar a desapropriação de agricultores e posseiros.  A expulsão dos produtores rurais contava com a participação de policiais civis. Documentos comprovam que a Vale adquiriu uma propriedade, que pertencia ao Estado, localizada entre os municípios de Salinas e Grão Mogol.
Estimativas da PF indicam que os danos aos cofres públicos somam mais de R$ 200 milhões. A empresa Floresta Empreendimentos também se beneficiou das irregularidades. (Fonte: Rádio Agência NP)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Caso extrativistas: CPT diz que crime não está desvendado


A prisão dos elementos José Rodrigues e Lindon Jhonson Silva, acusados de matar o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna, ainda não representa o desfecho do caso, que teve percussão nacional. No entendimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), mais gente envolvida ainda precisa ser presa, julgada e condenada.
O advogado José Batista Gonçalves Afonso, coordenador da CPT em Marabá, explica que o inquérito feito pela Polícia Civil apontou a participação de três acusados: os dois que já estão presos e um terceiro elemento, ainda foragido. Mas isso não é tudo.
Ainda segundo Batista, as investigações feitas pela Polícia Federal identificaram, além desses três acusados, mais duas outras pessoas que também participaram da decisão de matar o casal.
Desse modo, o que a CPT espera agora é que o Ministério Público inclua os nomes desses outros dois acusados como réus no processo. “Precisamos conversar com o Ministério Público para que seja feito um aditamento na denúncia”, explica Batista, acrescentando que a decisão de matar José Cláudio e Maria do Espírito Santo partiu da cabeça de muitas pessoas.
O próximo passo que a CPT entende que precisa ser tomado é levar todos os acusados a júri popular o mais rápido possível, para evitar que aconteça o que já ocorreu com outros casos de execução de trabalhadores rurais, em que os acusados passaram até 20 anos para serem julgados.
O casal de extrativistas foi assassinado em 24 de maio no PA Agroextrativista Praialta Pioneira, onde as vítimas fiscalizavam a exploração ilegal de madeira na área.
O casal fazia as vezes da polícia e do Ibama, por isso despertou a ira de madeireiros que até hoje continuam atuando de forma ilegal na região.
José Claudio e Maria do Espírito Santo chegaram a pedir proteção policial, mas isso nunca aconteceu. Resultado: acabaram mortos, como eles mesmos previam que iria ocorrer.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Barril de pólvora

A fuga de sete presos da penitenciária Mariano Antunes (apelidada gentilmente de “centro de recuperação”) é apenas uma gota d’água no oceano. A situação ali não é nada boa. São quase 600 pessoas apinhadas em celas fétidas que deveriam abrigar apenas 146 presos.
Recuperação não há. Que ninguém se iluda quanto a isso. Tanto é verdade que nos últimos quatro anos, nada menos de 36 detentos que saíram daquela casa penal encontraram a morte ao invés da ressocialização em Marabá.
E não é mera culpa do diretor e dos agentes da casa penal. A parcela deles é bem pequena. A culpa é do sistema.
E este parece um problema difícil de resolver, porque todos os dias a polícia prende gente nesta cidade, seja por tráfico, furto, roubo e muito raramente por assassinato. E quanto mais se prende, mais crimes acontecem e mais a penitenciária fica entupida de gente pobre.
E lá na casa penal, onde se formam guetos e classes sociais bem distintas, a tendência da maioria é fugir ou morrer tentando.
Onde vamos parar?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Violência...

Ligo a TV, acesso a Internet, abro os jornais e só vejo violência. Mas a violência que me chamou a atenção esta semana não foi aquela loucura dos skinheads contra os punks; foi a dos hospitais do Nordeste brasileiro.
Eu vi as imagens de leitos sendo cobertos com sacos de lixo, por falta de lençóis; cirurgias de crânio sendo feitas com furadeiras por falta de equipamento adequado; partos cesarianos prejudicados por falta de fios de sutura; uns pacientes tomando banho com baldes por falta d’água encanada; e outros sendo arrancados de macas, que já vão servir para aqueles que estão em situação ainda pior; e por aí vai.
É claro que isso acontece no Brasil todo, porque nesta terra de palmeiras, onde canta o sabiá, a corrupção parece mesmo não ter limites.
Mas eu quero falar especificamente sobre o Nordeste, onde os Estados são pequenos e teoricamente fáceis de administrar; e onde se concentra a maior bancada do Congresso Nacional.
E agora eu pergunto: De que serve uma grande bancada de políticos, como pregam os defensores da criação de novos Estados, se estes representantes não dão a mínima para sua massa de manobra?
Não é a grande quantidade de políticos que importa; e tampouco o tamanho do Estado.
O que importa é o caráter dessa gente que foi colocada por nós no poder.
É isso que falta... no Brasil.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sob as asas do poder

A visita de Simão Jatene e seu governo itinerante, por Marabá e demais cidades pólos de nosso Estado, termina de desenhar um quadro bem interessante em relação aos nossos representantes políticos.
A maioria deles está sempre atrelada ao poder executivo. Não se trata desta atual gestão ou desta leva de parlamentares que temos (seja em Belém seja em Brasília). Sempre foi assim.
A coisa funciona, mais ou menos, como nas Câmaras de Vereadores.
Esse atrelamento pelego é, para mim, uma das razões que fazem com que regiões ricas como a nossa permaneçam esquecidas por décadas pelo poder público estadual.
Ao contrário do que dizem, não é apenas o tamanho do Pará que o torna ingovernável, mas principalmente seus representantes regionais.
Desde que o Pará é Pará, vivem sob as asas do poder; nunca tiveram coragem de peitar os governantes em nome desta região, quando isso foi preciso.
Agora, Jatene promete investimentos e mais investimentos, como fez Ana Júlia. Se também não os cumprir, verifique qual dos nossos parlamentares estaduais ou federais vai ter a decência de dizer algo.
Verifique.