A explicação é simples: com a nulidade dos votos de
Antônio da Ótica, diminuem os números de votos válidos e consequentemente o
coeficiente eleitoral de Marabá cai de 5.325 para 5.291 (aproximadamente).
Com isso, o PMN consegue atingir o coeficiente e emplacar
seu candidato mais bem votado, Nonato Dourado. Isso poderia complicar a vida da
vereadora Irismar Sampaio (PR), segunda mais bem votada do partido, que
perderia os 706 votos de Antônio da Ótica, os quais ajudaram a eleger Irismar.
Por telefone, o presidente do Diretório Municipal do
PMN em Marabá, advogado Félix Marinho, confirma que houve um flagrante de
capitação ilícita de votos, por parte de Antônio da Ótica. “Ou seja: há grande
indício de compra de votos”, completa.
Félix Marinho disse também que já existe jurisprudência
sobre o assunto no País: “Alguns tribunais têm entendido que nesse aspecto há
nulidade dos votos e havendo nulidade o PMN entende que o coeficiente baixa um
pouco e isso permite que o candidato Nonato Dourado pode entrar nessa vaga”.
Procurado pela reportagem, o candidato Nonato
Dourado preferiu não comentar o caso, declarando apenas que o partido já tomou
as providências e que caberá à Justiça Eleitoral analisar as provas
apresentadas.
A Justiça Eleitoral tem até o próximo dia 17 de
dezembro para analisar todas essas questões relativas à eleição.
Entenda o caso
de Antônio da Ótica
No dia 4 de outubro (há três dias da eleição), por
meio de uma denúncia anônima, a Polícia Federal encontrou eleitores numa casa
na Folha 6, que estariam recebendo consultas oftalmológicas e óculos de grau em
troca de votos.
Na
ocasião, o vereador Antônio da Ótica e a esposa dele foram presos em flagrante
e tiveram de pagar fiança para serem liberados.