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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

...De cada dia


Ontem (16 de outubro) foi o “Dia do Pão”.
O pão é, sem dúvida, a representação mais universal do que significa alimento, alimentação, comida, vida, existência, sobrevivência, semente, germinação, alívio, consolo, segurança, pão...
Quando os religiosos baixam a cabeça e pedem algo a Deus, eles, invariavelmente, pedem que “o pão nosso de cada dia” nunca falte.
É realmente um símbolo: Jesus repartiu o pão. O pão significava o corpo... E ainda é.
Ainda é?
É.
É prova, ainda que despretensiosa, de que vivemos numa sociedade que precisa de símbolos.
Precisamos do pão.
Mas é necessário – mais do que isso – reparti-lo, vê-lo quebrar, se esfarelar, esquartejar, morrer para que seus fragmentos alimentem muitas bocas famintas como as nossas.
Ontem, muitos se mobilizaram para fazer caridades em homenagem a esse corpo, que é o pão.
Distribuíram cinco mil pãezinhos para a população, lá na Praça São Francisco, bem no centro da Cidade Nova.
É cruelmente curioso o fato de que o chão dessa mesma Praça São Francisco, que agora foi regado de migalhas, é pisoteado todos os dias por pés descalços e famintos, de meninos e meninas que imploram por um pedaço de pão...
... E não recebem.