Ontem (16 de outubro) foi o “Dia do Pão”.
O pão é, sem dúvida, a representação mais universal
do que significa alimento, alimentação, comida, vida, existência,
sobrevivência, semente, germinação, alívio, consolo, segurança, pão...
Quando os religiosos baixam a cabeça e pedem algo a
Deus, eles, invariavelmente, pedem que “o pão nosso de cada dia” nunca falte.
É realmente um símbolo: Jesus repartiu o pão. O pão
significava o corpo... E ainda é.
Ainda é?
É.
É prova, ainda que despretensiosa, de que vivemos
numa sociedade que precisa de símbolos.
Precisamos do pão.
Mas é necessário – mais do que isso – reparti-lo,
vê-lo quebrar, se esfarelar, esquartejar, morrer para que seus fragmentos
alimentem muitas bocas famintas como as nossas.
Ontem, muitos se mobilizaram para fazer caridades em
homenagem a esse corpo, que é o pão.
Distribuíram cinco mil pãezinhos para a população,
lá na Praça São Francisco, bem no centro da Cidade Nova.
É cruelmente curioso o fato de que o chão dessa
mesma Praça São Francisco, que agora foi regado de migalhas, é pisoteado todos
os dias por pés descalços e famintos, de meninos e meninas que imploram por um
pedaço de pão...
... E não recebem.