A consciência política do eleitor brasileiro é – de
uma maneira geral – extremamente rasa. Isso é algo fácil de ser verificado, por
exemplo, nas eleições proporcionais.
Com todo respeito aos vereadores eleitos e reeleitos,
é de conhecimento público o que um candidato no Brasil gasta de dinheiro para
alcançar uma vaguinha na Câmara Municipal.
É grande a quantidade de eleitores que pedem algo
aos postulantes. Isso se dá em maior escala na eleição para o Legislativo Municipal
porque os candidatos são pessoas mais próximas do eleitor. Não existem
barreiras sociais para inibir o homem comum de pedir um favor a determinado
político.
Essa proximidade acaba com o pudor e desvela o
verdadeiro ser.
E o que mais chama atenção é o fato de que a maioria
dos eleitores pedintes requer algum benefício imediato e efêmero. Poucos pedem
um emprego ou algo mais seguro. O objeto de escambo é, via de regra, dinheiro,
tijolo, telha ou coisa parecida.
Uma vez eleito, o novo vereador tem que recuperar o
dinheiro gasto na campanha, aí vai pressionar o prefeito por contratos, aluguel
de veículos ou mesmo dinheiro em troca de apoio para aprovação de projetos de
interesse do executivo.
É um catálogo de irregularidades, que evoluem à
medida que sobem também os interesses.