Quando a gente pensa que a saúde em Marabá já chegou
ao fundo do poço, acaba descobrindo que o buraco é ainda mais embaixo.
Além da falta de medicamentos e de material; falta
de alimentação para pacientes e funcionários das casas de saúde; falta também
de pagamento dos plantões dos médicos e demais profissionais, coisa muito pior
está acontecendo.
Uma equipe médica que fazia cirurgia no Hospital
Municipal de Marabá (HMM) teve de terminar o procedimento usando a lanterna de
um aparelho celular, porque o gerador de energia da casa de saúde não está
funcionando e faltou energia na hora da cirurgia.
O médico Rodolfo Amoury, do Sindicato dos Médicos do
Pará em Marabá, confirma que isso realmente ocorreu. Segundo ele, isso é uma
falta de respeito com o paciente e com os profissionais médicos; e também
mostra que a situação está ficando cada vez pior na saúde em Marabá.
Amoury, que é irmão do vice-prefeito de Marabá, postou
em seu perfil na rede social o seguinte desabafo: “Nada está tão ruim que não
possa piorar... Acabei de passar por uma situação, no mínimo, inusitada. Estava
operando um paciente quando o fornecimento de energia elétrica foi interrompido
e o gerador não assumiu a sua função como deveria. Fiquei por mais de meia hora
auxiliado por luzes de celulares, num calor infernal e com a preocupação do
efeito anestésico passar devido à demora. Estresse desnecessário, falta de
respeito com o paciente e a equipe profissional. Não adianta as elucubrações
mentais, cobranças descabidas e planejamentos utópicos se não temos o básico. Tomara
que o próximo gestor entenda que para conseguir um serviço eficiente é só dar
condições de trabalho e depois exigir trabalho”.