Pousou recentemente em Brasília um ser de outro planeta. Trata-se do deputado federal José Antônio Reguffe. Guarde bem esse nome.
A ele, a revista Veja dedicou apenas uma página, quando deveria dispensar toda uma edição. Eu explico por que.
Eleito pelo Distrito Federal, ele surpreendeu logo no primeiro dia de trabalho. Expediu seis ofícios à diretoria-geral da Câmara, abrindo mão do 14° e do 15° salários, reduzindo o número de assessores, cortando gastos com salários de assessores e diminuiu sua verba de atividade parlamentar.
Como morador de Brasília, naturalmente também abriu mão do auxílio-moradia e das passagens aéreas. As medidas resultarão em uma economia de R$ 2,4 milhões nos próximos quatro anos.
Se este exemplo fosse seguido por todos os 513 deputados, a economia chegaria a R$ 1,2 bilhão no mesmo período.
Com isso, esse ET chamado Reguffe mostrou que é possível um parlamentar trabalhar sem mordomias em excesso.
Resta saber quem entre os nobres deputados teria coragem de fazer esse mesmo favor ao país, abdicando de tantas regalias num país onde o povo morre de fome.
Mas é lógico que esse convite soaria para os "nossos representantes" como a "Hora Íntima", de Vinícius de Moraes, quando ele diz: “Quem, dentre amigos, tão amigo para estar no caixão comigo?”