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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cotas para os negros

Tenho ouvido muita coisa desde que o STF considerou constitucional as cotas para negros nas universidades públicas.
As expressões que mais ouço são “capacidade”, “força de vontade”, “direitos iguais” etc.
Vamos lá: quando os escravos foram libertados no Brasil, eles passaram a trabalhar nas propriedades dos barões, sem direitos trabalhistas, sem teto, sem posses, sem nada; apenas com a força de trabalha sendo muito mal paga.
Até mais ou menos 1935, no Brasil, a opressão ainda era gigantesca sobre os negros. Veja que faz pouco tempo.
Onde eu quero chegar? Os negros (pelo menos a imensa maioria) sempre foram oprimidos e vêm sobrevivendo com pouco acesso à educação, saúde, mercado de trabalho.
Você já viu algum branco de olhos azuis pedindo esmolas?
Então se existe uma parcela da sociedade que tem menos acesso à educação de qualidade é óbvio que esta mesma parcela vai ter mais dificuldade para entrar na universidade. E não se trata de falta de “capacidade” ou de “força de vontade”. Trata-se de falta de oportunidade.
Continuando: se esta mesma parcela sem acesso à educação é composta em sua maioria por negros, então as cotas poderão corrigir um pouco desse problema social.
É lógico que as cotas ainda são uma solução frágil, mas é melhor do que do jeito que estava e se trata de um primeiro passo.