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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As revoltas pelo mundo

Do Oriente Médio a Marabá, o mundo se parece com a superfície solar, com milhares de explosões pipocando num ambiente inabitável.
Grevistas tomam as ruas com seus megafones e suas mágoas despejadas nos ouvidos egoístas de quem não quer ouvir (“Eles estão surdos e certos”).
Mais adiante, ninguém passa na rodovia porque a cortina de fumaça preta que emana dos pneus queimados e da indignação de toda uma gente não deixa.
Será que o mundo foi sempre um lugar tão ruim de se viver ou ficou pior de umas décadas para cá?
O que move bancários, professores, pessoas do povo a sair da rotina, encarar o sistema e dizer “não”?
As revoltas, os protestos (é bem verdade) nos causam raiva passageira porque ficamos presos no trânsito, impedidos de estudar e de pagar as nossas contas.
Mas às vezes, seres humanos como nós chegam numa encruzilhada, onde os únicos caminhos possíveis são indignar-se ou resignar-se. Esse é o “X” da questão.
E aquele que se resigna para tudo está condenado a passar pela vida sem viver.
Por isso, viva os protestos!
Viva a coragem do povo!
Viva as manifestações!
Ainda que elas nos metam em engarrafamentos ensolarados e azedos.