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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Barril de pólvora

A fuga de sete presos da penitenciária Mariano Antunes (apelidada gentilmente de “centro de recuperação”) é apenas uma gota d’água no oceano. A situação ali não é nada boa. São quase 600 pessoas apinhadas em celas fétidas que deveriam abrigar apenas 146 presos.
Recuperação não há. Que ninguém se iluda quanto a isso. Tanto é verdade que nos últimos quatro anos, nada menos de 36 detentos que saíram daquela casa penal encontraram a morte ao invés da ressocialização em Marabá.
E não é mera culpa do diretor e dos agentes da casa penal. A parcela deles é bem pequena. A culpa é do sistema.
E este parece um problema difícil de resolver, porque todos os dias a polícia prende gente nesta cidade, seja por tráfico, furto, roubo e muito raramente por assassinato. E quanto mais se prende, mais crimes acontecem e mais a penitenciária fica entupida de gente pobre.
E lá na casa penal, onde se formam guetos e classes sociais bem distintas, a tendência da maioria é fugir ou morrer tentando.
Onde vamos parar?