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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Caso extrativistas: CPT diz que crime não está desvendado


A prisão dos elementos José Rodrigues e Lindon Jhonson Silva, acusados de matar o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna, ainda não representa o desfecho do caso, que teve percussão nacional. No entendimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), mais gente envolvida ainda precisa ser presa, julgada e condenada.
O advogado José Batista Gonçalves Afonso, coordenador da CPT em Marabá, explica que o inquérito feito pela Polícia Civil apontou a participação de três acusados: os dois que já estão presos e um terceiro elemento, ainda foragido. Mas isso não é tudo.
Ainda segundo Batista, as investigações feitas pela Polícia Federal identificaram, além desses três acusados, mais duas outras pessoas que também participaram da decisão de matar o casal.
Desse modo, o que a CPT espera agora é que o Ministério Público inclua os nomes desses outros dois acusados como réus no processo. “Precisamos conversar com o Ministério Público para que seja feito um aditamento na denúncia”, explica Batista, acrescentando que a decisão de matar José Cláudio e Maria do Espírito Santo partiu da cabeça de muitas pessoas.
O próximo passo que a CPT entende que precisa ser tomado é levar todos os acusados a júri popular o mais rápido possível, para evitar que aconteça o que já ocorreu com outros casos de execução de trabalhadores rurais, em que os acusados passaram até 20 anos para serem julgados.
O casal de extrativistas foi assassinado em 24 de maio no PA Agroextrativista Praialta Pioneira, onde as vítimas fiscalizavam a exploração ilegal de madeira na área.
O casal fazia as vezes da polícia e do Ibama, por isso despertou a ira de madeireiros que até hoje continuam atuando de forma ilegal na região.
José Claudio e Maria do Espírito Santo chegaram a pedir proteção policial, mas isso nunca aconteceu. Resultado: acabaram mortos, como eles mesmos previam que iria ocorrer.