A
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e
Regional (ANPUR) enviou carta ao Presidente da CAPES – Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Jorge Almeida Guimarães,
denunciando a criação do “Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade”. O
documento é assinado também pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e,
além de listar exemplos notórios de conflitos ambientais provocados pela Vale,
afirma que o financiamento das pesquisas selecionadas tenderá a “enfraquecer a
autonomia científica no estudo das relações entre meio ambiente e sociedade no
Brasil”.
Parabéns
à ANPUR pela dignidade da iniciativa e à ABA por subscrevê-la. Denunciar essa
parceria e recusá-la é o que se espera de uma academia que leve a sério seus
compromissos com o ‘povo-nação’ e, particularmente, com os povos originários e
tradicionais e as comunidades urbanas que têm suas vidas desrespeitadas e
contaminadas – quando não destruídas – por essa empresa, não só entre nós como
em outros países.
A
vergonha é que mais de 100 pesquisadores se inscreveram trabalhos no prêmio
Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade”, cujo objetivo é premiar Dissertações
de Mestrado e Teses de Doutorado associadas a temas ambientais e
socioambientais.
Nada
contra a Vale, mas esse “prêmio” colocaria em risco a autonomia do CAPES,
ademais é de conhecimento público que as práticas da Vale são, com grande
frequência, avaliadas como impróprias do ponto de vista social e ambiental, em
muitos casos com implicações legais, conforme registrado por inúmeros trabalhos
de pesquisa nas áreas de Sociologia, Antropologia e Ciências Sociais Aplicadas
expressos em apresentações em Congressos, Dissertações de Mestrado e Teses de
Doutorado referendadas pela comunidade científica brasileira nos últimos anos.
Extraído
do sítio http://racismoambiental.net.br