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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vale tenta tirar autonomia do CAPES


A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR) enviou carta ao Presidente da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Jorge Almeida Guimarães, denunciando a criação do “Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade”. O documento é assinado também pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e, além de listar exemplos notórios de conflitos ambientais provocados pela Vale, afirma que o financiamento das pesquisas selecionadas tenderá a “enfraquecer a autonomia científica no estudo das relações entre meio ambiente e sociedade no Brasil”.
Parabéns à ANPUR pela dignidade da iniciativa e à ABA por subscrevê-la. Denunciar essa parceria e recusá-la é o que se espera de uma academia que leve a sério seus compromissos com o ‘povo-nação’ e, particularmente, com os povos originários e tradicionais e as comunidades urbanas que têm suas vidas desrespeitadas e contaminadas – quando não destruídas – por essa empresa, não só entre nós como em outros países.
A vergonha é que mais de 100 pesquisadores se inscreveram trabalhos no prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade”, cujo objetivo é premiar Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado associadas a temas ambientais e socioambientais.
Nada contra a Vale, mas esse “prêmio” colocaria em risco a autonomia do CAPES, ademais é de conhecimento público que as práticas da Vale são, com grande frequência, avaliadas como impróprias do ponto de vista social e ambiental, em muitos casos com implicações legais, conforme registrado por inúmeros trabalhos de pesquisa nas áreas de Sociologia, Antropologia e Ciências Sociais Aplicadas expressos em apresentações em Congressos, Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado referendadas pela comunidade científica brasileira nos últimos anos.
Extraído do sítio http://racismoambiental.net.br