Em
mais uma das voltas que a “terra plana” deu, o ex “super” ministro Sérgio Moro
não apenas se demitiu. Ele chutou o balde. Fez graves denúncias contra o
(ainda) presidente Jair Bolsonaro. Vendo o barco afundando, caiu fora. Em
discurso de mais de meia hora, Moro denunciou que Bolsonaro quer ter
interferência direta nas investigações da Polícia Federal (muito provavelmente para
defender os filhos corruptos como ele).
Mas
o mais saboroso da coletiva de Moro foi quando ele chegou à conclusão de que
era feliz e não sabia. Confirmou que durante o governo do PT a Polícia Federal
tinha autonomia, diferentemente de agora, algo que temos dito há anos, mas que
nem todos se mostram capazes de ouvir. Talvez ouçam agora.
No link ao lado a entrevista completa: https://www.youtube.com/watch?v=OET_e-tqDsI
Segundo
Moro, desde meados do ano passado o presidente começou a insistir na troca de
nomes do alto comando da Polícia Federal. Citou a troca de superintendente da Polícia
Federal do Rio de Janeiro. Na visão dele, esse foi o início de uma
interferência política no trabalho da Polícia Federal que culminou agora com sua
saída.
Ainda
de acordo com Moro, o presidente confirmou que estava mesmo fazendo uma interferência
política. “O presidente me disse, mais de uma vez, expressamente, que ele
queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele
pudesse colher informações, que ele pudesse colher aí relatórios de inteligência,
seja diretor, seja superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal
prestar esse tipo de informação. As investigações têm que ser preservadas”,
afirma.
Moro
foi mais além e usou o governo do PT como exemplo de garantia de autonomia da Polícia
Federal: “Imagine se durante a Lava Jato o ministro, o diretor-geral, a então
presidente Dilma ou o ex-presidente ficassem ligando para o superintendente em
Curitiba para colher informações sobre as investigações em andamento”.
“Isso não aconteceu na Lava
jato”,
resumiu Moro, ao anunciar que sai do governo para preservar sua biografia (se é
que isso ainda é possível). “Tenho que preservar a minha biografia, mas acima
de tudo preservar o compromisso que assumi com o próprio presidente, de que
seríamos firmes no combate a corrupção...”
ELOGIOS AO PT
Palavras
de Moro: “Desde 2014, na Lava Jato, a gente sempre tinha uma preocupação constante
de uma interferência do Executivo nos trabalhos da investigação e isso poderia
ser de diversas formas, troca do diretor geral, sem que houvesse causa, troca
do superintendente... Enfim, foi
garantida a autonomia da Polícia Federal durante esses trabalhos de investigação”.
Moro
continua: “É certo que o governo da época tinha inúmeros defeitos, aqueles
crimes gigantescos de corrupção, que aconteceram naquela época, mas foi fundamental
a manutenção da autonomia da Polícia Federal para que fosse possível realizar esse
trabalho... Isso permitiu que os resultados fossem alcançados.”
Para
provar o que diz, Moro usa como exemplo um episódio ocorrido em um domingo,
quando o superintendente da Polícia Federal recebeu uma ordem de soltura do
ex-presidente Lula, condenado por corrupção. Mas o superintendente comunicou às
autoridades judiciárias e não cumpriu a ordem, que depois (segundo ele) se
mostraria ilegal devido à incompetência jurídica do magistrado.
Na
esteira de todas essas acusações, Moro ainda sugere que Bolsonaro falsificou sua assinatura no documento que confirma a exoneração
o diretor da PF, que foi o pivô de toda essa polêmica.
Diante
dessa denúncia, e de tantas outras atrocidades cometidas pelo atual mandatário
mor do País, a pergunta que se faz é: O
que falta para que um processo de Impeachment seja aberto?
(Chagas
Filho)