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quinta-feira, 16 de abril de 2020

COVID-19 avança no Pará... apesar dos esforços (veja o gráfico e fique em casa)


Ainda que uma grande parcela da população brasileira se comporte como se estivesse na Idade Média, descrendo dos fatos e da própria ciência, o novo Coronavírus é uma realidade, que está para além dos achismos e da polarização política que contaminou toda atmosfera do País. E aqui no Pará, onde o governo do Estado, para surpresa de muitos – inclusive minha -, bateu de frente com o confuso governo federal e iniciou uma intensa luta contra a doença, os números também começam a assustar. Até ontem (15) já eram 487 casos com 21 mortes. Foram 103 novos casos em apenas 24 horas.
No gráfico abaixo – produzido pela SESPA - é possível ver a ascendência extraordinária da doença. Desde o primeiro registro, em 19 de março, se passaram 26 dias e nesse período 18 pessoas se infectaram diariamente, numa média de um caso novo a cada 80 minutos. Não é pouca coisa.

Chama atenção no gráfico acima a linha vermelha, que indica as mortes. O primeiro óbito ocorreu no dia 1 de abril. De lá para cá foram mais 20, praticamente uma morte a cada 36 horas.
Por idade
Para entender qual a faixa etária mais afetada pela COVID-19, a SESPA dividiu o povo paraense em oito faixas etárias e é notório como três delas concentram a grande maioria dos casos (278), que são justamente as pessoas com idade dos 30 aos 59 anos, que é justamente as pessoas que estão na ativa no comércio e já não são tão mais jovens assim. Além disso (veja abaixo o gráfico), a quarta faixa com mais casos é justamente das pessoas que têm entre 20 e 29 anos. Isso quer dizer que essas pessoas não estão em isolamento ou fazem um “isolamento parcial” (como é o meu caso), se é que esse termo existe.

Em relação ao número de municípios, até ontem 42 municípios registravam pelo menos um caso da doença. Vinte e quatro horas antes eram 33 municípios, ou seja, novos casos pipocaram em nove municípios em apenas 24 horas.
Certamente, esses números serão atualizados no decorrer desta quinta-feira, por isso – caso seja possível – fique em casa. Do contrário, saia somente quando necessário e que seja para lugares imprescindíveis.
Em Marabá
Com cinco casos (sendo três confirmados ontem), o município não vive o terror de Parauapebas (que tem 15 casos). Por aqui algumas medidas têm sido tomadas de forma repressiva, com fechamento de bares e isolamento de praças, mas o comércio funciona praticamente normal (a exceção é praticamente apenas o shopping e as escolas particulares). Não há incentivo para a fabricação de máscaras, com recurso público em parceria com a iniciativa privada, como acontece em Parauapebas.
Complicado.
(Chagas Filho)