Ainda
que uma grande parcela da população brasileira se comporte como se estivesse na
Idade Média, descrendo dos fatos e da própria ciência, o novo Coronavírus é uma
realidade, que está para além dos achismos e da polarização política que
contaminou toda atmosfera do País. E aqui no Pará, onde o governo do Estado,
para surpresa de muitos – inclusive minha -, bateu de frente com o confuso governo
federal e iniciou uma intensa luta contra a doença, os números também começam a
assustar. Até ontem (15) já eram 487 casos com 21 mortes. Foram 103 novos casos
em apenas 24 horas.
No
gráfico abaixo – produzido pela SESPA - é possível ver a ascendência
extraordinária da doença. Desde o primeiro registro, em 19 de março, se
passaram 26 dias e nesse período 18 pessoas se infectaram diariamente, numa
média de um caso novo a cada 80 minutos. Não é pouca coisa.
Chama
atenção no gráfico acima a linha vermelha, que indica as mortes. O primeiro
óbito ocorreu no dia 1 de abril. De lá para cá foram mais 20, praticamente uma
morte a cada 36 horas.
Por idade
Para
entender qual a faixa etária mais afetada pela COVID-19, a SESPA dividiu o povo
paraense em oito faixas etárias e é notório como três delas concentram a grande
maioria dos casos (278), que são justamente as pessoas com idade dos 30 aos 59
anos, que é justamente as pessoas que estão na ativa no comércio e já não são
tão mais jovens assim. Além disso (veja abaixo o gráfico), a quarta faixa com
mais casos é justamente das pessoas que têm entre 20 e 29 anos. Isso quer dizer
que essas pessoas não estão em isolamento ou fazem um “isolamento parcial”
(como é o meu caso), se é que esse termo existe.
Em
relação ao número de municípios, até ontem 42 municípios registravam pelo menos
um caso da doença. Vinte e quatro horas antes eram 33 municípios, ou seja,
novos casos pipocaram em nove municípios em apenas 24 horas.
Certamente,
esses números serão atualizados no decorrer desta quinta-feira, por isso – caso
seja possível – fique em casa. Do contrário, saia somente quando necessário e
que seja para lugares imprescindíveis.
Em Marabá
Com
cinco casos (sendo três confirmados ontem), o município não vive o terror de
Parauapebas (que tem 15 casos). Por aqui algumas medidas têm sido tomadas de
forma repressiva, com fechamento de bares e isolamento de praças, mas o
comércio funciona praticamente normal (a exceção é praticamente apenas o
shopping e as escolas particulares). Não há incentivo para a fabricação de
máscaras, com recurso público em parceria com a iniciativa privada, como
acontece em Parauapebas.
Complicado.
(Chagas
Filho)