Antes de começar esse texto, é preciso dizer claramente que não morro de amores pelo prefeito Tião Miranda e tampouco votei nele. Mas, convenhamos, Tião Miranda é um fenômeno. Dos 136.777 votantes em Marabá, nada menos de 96.197 votaram nele. Até as praças da cidade – e principalmente elas – já sabiam que Tião Miranda venceria, mas assim, mano!
A avaliação plausível de
se fazer é que o marabaense não quer mais embarcar em aventuras: prefere a
estabilidade. Os dois prefeitos que antecederam Tião, desde que ele cumpriu
seus mandados anteriores, não deram conta do recado. Tiveram gestões
questionáveis que culminaram em afastamentos e até prisões. Com Tião isso é
inimaginável, pelo menos nesse momento.
Tião paga os servidores em
dia, o que é obrigação de qualquer gestor; mantém a cidade limpa, o que também
é obrigação; honra os compromissos com os fornecedores, o que é o mínimo a ser
feito por um governante. O problema é que nem sempre os gestores agem assim.
Sabe aquele ditado: “em terra de cego quem tem um olho é rei”, pois é.
As críticas que se faz a
Tião, sobre sua falta de diálogo e centralização de poder, vão continuar e
dificilmente ele mudará de postura. Talvez nem precise mesmo, afinal de contas
ele bateu todos os recordes de votos.
Em relação a corrupção,
não há notícias concretas, nem processos que o envolvam diretamente. O que
existe são comentários aqui e ali, um nepotismo cruzado numa secretaria ou
noutra, enfim, nada que faça o eleitorado de forma geral taxa-lo de desonesto.
Não há! É difícil abrir a boca para acusa-lo de algo assim.
Só mais um detalhe: Tião
está fazendo a orla do Cabelo Seco, urbanizando o encontro dos rios Tocantins e
Itacaiúnas, o berço de Marabá, esquecido historicamente, que começa a receber a
importância que merece.
O futuro
Agora vamos à “página 2”. O
que esperar daqui pra frente. É difícil fazer um exercício de futurologia, mas
existem alguns indicativos sobre o que há de vir; e eu diria que um desses indicativos
nasce justamente dessa centralização: a escolha de Luciano Lopes Dias, como
vice-prefeito.
Formado em Direito,
Luciano não é um político de carreira, nunca foi vereador, muito menos
candidato; é homem de confiança de Tião; é um técnico que se mostrou competente
ao longo de sua trajetória. Foi presidente da Cosanpa na época que Tião era
deputado; depois foi secretário municipal de Educação, já com Tião de volta à
prefeitura; e antes de ser lançado como candidato a vice, Luciano era
secretário de Saúde.
E esse é justamente o
gargalo da gestão de Tião: a saúde. Nove em cada 10 marabaenses se queixam de
problemas nessa área estratégica da administração municipal.
Talvez agora, reeleito com
folga, tendo Luciano ao seu lado, Tião se lembre que nem só de praça vive o
povo: hospitais e postos de saúde capacitados para atender à população mais
carente farão muito bem à saúde, inclusive à saúde política do grupo de Tião,
que certamente já está com os olhos voltados para 2022 e 2024!