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sábado, 2 de maio de 2020

Bolsonaro: o Messias da morte, da ignorância e da corrupção



(*) Chagas Filho
Enquanto as mortes por coronavírus avançam no Brasil, chegando à casa dos 6,5 mil óbitos, o presidente da República – na contramão do mundo – segue fazendo “procissões” sem propósito nenhum, a não ser o de causar aglomerações que certamente elevam o risco de contaminação e de mortes no País. Mas...
“E daí?”
A última parada do “mito” foi no Estado do Goiás, onde ele foi cercado por centenas de ignorantes que tentavam a todo custo tocar as vestes do “messias” em busca de conseguir alguma bênção, uma cura, um milagre. Porém o máximo que conseguirão será expor-se ao coronavírus. Mas...
“E daí?”
Nessa peregrinação em terras goianas, diferente do verdadeiro Messias, que multiplicava pães, peixes e vidas, este novo “messias” multiplica vírus, ignorância e violência, nesses estranhos tempos, nesses dias de eventos estranhos. Mas...
“E daí?”
Enquanto aquele Messias dizia, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Este diz: “Sou messias, mas não faço milagres”. Nem precisava, as pessoas de boa índole e de razoabilidade média não esperavam por milagres, queriam apenas um governante capaz de governar. Não o temos. Mas...
“E daí?”
Não fossem as iniciativas de governadores e prefeitos, certamente o número de covas rasas abertas às pressas e o número de enterros sem velórios seriam bem maiores. Mas...
“E daí?”
Até mesmo, Donald Trump, “mito do mito”, assume a responsabilidade pelas mortes em seu país e se rende ao isolamento social, enquanto a personificação da fraude que se senta na cadeira de presidente da República continua sua sucessão de vexames, seus excessos em excesso. Mas...
“E daí?”
Não nos esqueçamos que, ao passo em que o “messias” é abraçado pelas pessoas em tempos de pandemia e de isolamento social, noutro canto do País, seu ex-amigo Sergio Moro, diante de três delegados federais, repete todas as acusações que havia feito na semana passada, de que o “mito” tenta controlar a Polícia Federal, para sabotar as investigações que muito possivelmente vão chegar aos seus filhos, tão toscos, corruptos e arrogantes quanto o pai. Mas...
“E daí?”

(*) Jornalista provisionado, pedagogo e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia.