(*)
Chagas Filho
Já
são mais de 14 mil mortes e mais de 207 mil casos em todo o Brasil. Só no Pará são
mais de mil óbitos, sendo 42 em Marabá até ontem (14). Esse é o fruto da
péssima escolha feita pela maioria dos eleitores brasileiros na última eleição
presidencial. Quer conferir se é verdade?
O
então ministro Luiz Henrique Mandetta sugeriu medidas mais severas de
isolamento social, mas recebeu um “não” como resposta e acabou pedindo
demissão.
Há
menos de um mês, assumia seu substituto, Nelson Teich, que agora também entrega
o cargo após ousar questionar o uso indiscriminado da “Cloroquina de Jesus” e
após também sugerir medidas mais rigorosas de isolamento, como havia feito seu
antecessor.
Para
manter seus caprichos e salvar os CNPJs, Bolsonaro deve estar anunciando – se já
não anunciou – um general para comandar o Ministério da Saúde.
Ou
seja, estamos enfrentando uma crise sanitária, que não dá mostras de que está
diminuindo sua letalidade; e, ao mesmo tempo, enfrentamos uma crise política,
que também não dá mostras de que está sendo aplacada.
O
Brasil é uma nau à deriva, sem prumo, sem quilha... com um louco na cabine de
comando, que é incapaz de enxergar o tamanho da tempestade que cerca sua frágil
embarcação ou o que restou dela.
Para
a sorte do comandante louco – e azar de todos nós – ainda há muitos que o
apoiam, que estão “fechadoComBolsonaro”. É o vírus da cegueira social.
Veja:
No
meio de toda essa pandemia, temos um presidente que já trocou duas vezes de
ministro da Saúde e terá de nomear um terceiro em um intervalo de dois meses;
Temos
um presidente que, ao ser questionado sobre o número de mortes pelo coronavírus,
responde “E daí?... Quer que eu faça o quê?”
Temos
um presidente que incita a população a pegar em armas para enfrentar
governadores e prefeitos que temem expandir a abertura das atividades
econômicas.
Enfim,
com este governo, sairemos do isolamento social sem nunca termos entrado nele
direito. O resultado isso são as filias caixões e enterros sem velório.
Um
amigo me disse hoje que, com o passar dos dias, somente os fanáticos continuarão
apoiando este governo.
Isso
é verdade. O problema é que eles são muitos.
(*)
Autor é jornalista, pedagogo e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na
Amazônia.