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sexta-feira, 15 de maio de 2020

Bolsonaro e covid-19 assolam o Brasil




(*) Chagas Filho

Já são mais de 14 mil mortes e mais de 207 mil casos em todo o Brasil. Só no Pará são mais de mil óbitos, sendo 42 em Marabá até ontem (14). Esse é o fruto da péssima escolha feita pela maioria dos eleitores brasileiros na última eleição presidencial. Quer conferir se é verdade?
O então ministro Luiz Henrique Mandetta sugeriu medidas mais severas de isolamento social, mas recebeu um “não” como resposta e acabou pedindo demissão.
Há menos de um mês, assumia seu substituto, Nelson Teich, que agora também entrega o cargo após ousar questionar o uso indiscriminado da “Cloroquina de Jesus” e após também sugerir medidas mais rigorosas de isolamento, como havia feito seu antecessor.
Para manter seus caprichos e salvar os CNPJs, Bolsonaro deve estar anunciando – se já não anunciou – um general para comandar o Ministério da Saúde.
Ou seja, estamos enfrentando uma crise sanitária, que não dá mostras de que está diminuindo sua letalidade; e, ao mesmo tempo, enfrentamos uma crise política, que também não dá mostras de que está sendo aplacada.
O Brasil é uma nau à deriva, sem prumo, sem quilha... com um louco na cabine de comando, que é incapaz de enxergar o tamanho da tempestade que cerca sua frágil embarcação ou o que restou dela.
Para a sorte do comandante louco – e azar de todos nós – ainda há muitos que o apoiam, que estão “fechadoComBolsonaro”. É o vírus da cegueira social.
Veja:
No meio de toda essa pandemia, temos um presidente que já trocou duas vezes de ministro da Saúde e terá de nomear um terceiro em um intervalo de dois meses;
Temos um presidente que, ao ser questionado sobre o número de mortes pelo coronavírus, responde “E daí?... Quer que eu faça o quê?”
Temos um presidente que incita a população a pegar em armas para enfrentar governadores e prefeitos que temem expandir a abertura das atividades econômicas.
Enfim, com este governo, sairemos do isolamento social sem nunca termos entrado nele direito. O resultado isso são as filias caixões e enterros sem velório.
Um amigo me disse hoje que, com o passar dos dias, somente os fanáticos continuarão apoiando este governo.
Isso é verdade. O problema é que eles são muitos.

(*) Autor é jornalista, pedagogo e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia.