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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ânimos serenos

Quase uma semana depois do plebiscito, enquanto muitos ânimos estão serenando, refeitos que foram da derrota, ou cansados de comemorar, a divisão do Pará é algo patente nas ruas da capital e do interior.
O Pará, de muitas raças, se divide agora entre paraenses, carajaenses e tapajoaras. O Estado está mais dividido do que nunca.
No geral, o sentimento de exclusão dos interioranos aumentou, enquanto os da capital se acham cada vez mais dono do Estado.
Não deveria ser assim. Não há motivo para festa. O plebiscito deveria deixar uma valiosa lição para todos, a de que precisamos aprender com nossas diferenças.
Se o mapa geográfico foi inalterado, na prática, as pessoas das regiões que sonharam em se emancipar continuam se sentindo pertencentes a outro torrão.
E, ao contrário do que dizem por aí, não há forasteiros aqui. Há gente de todos os lugares, brasileiros e estrangeiros; seres humanos que buscam dias melhores.
Não conheço ninguém, neste Pará imenso (e pobre), que tenha brotado da terra. Nem mesmo nossos primeiros indígenas nasceram aqui.
Não importa donde viemos. Interessa saber para onde vamos. Mas isso ninguém sabe ao certo.
Não, isso ninguém sabe, não. Não e não.