O jogo treino do Águia de Marabá na noite de ontem (29/12), no Estádio Zinho Oliveira, contra o Parauapebas Futebol Clube (PFC) sub-20, foi um ótimo teste para os comandados de Mathaus Sodré. O time marabaense venceu por 2x1, mas o resultado é o que menos importa. O que valeu mesmo foi ver como a equipe se comporta diante de um adversário que impõe um jogo físico em um gramado pesado.
Tudo bem que foi apenas o
primeiro teste. Não é possível fazer nenhuma avaliação ainda, até porque o
Águia colocou pelo menos 25 jogadores em campo e tudo ainda está muito
insipiente. Mas com um olhar um pouco mais atento é possível perceber algumas coisas
pelo menos neste momento inicial.
Antes de começar a análise,
vamos às informações de praxe: o PFC saiu na frente com gol de Luiz Mota. O gol
saiu depois de uma bola arriscada no meio, que o Águia perdeu, e também graças a
uma poça de lama, que matou o zagueiro. Mas o Águia rapidamente empatou o jogo
com um gol de cabeça do lateral Maicon, após escanteio cobrado por Igor Cuadrado.
No segundo tempo, uma mão
dentro da área virou pênalti a favor do Águia. O centroavante Jheimy, que já
começava a ser criticado pela torcida (por estar visivelmente pesado), cobrou
como manda o figurino: goleiro no canto e bola no outro. Fim de papo.
Qualquer análise nesse
momento ainda é precoce, mas o que se viu no Zinho Oliveira ontem foi o Águia
jogando no 4-2-3-1, esquema que tem sido mais utilizado pela maioria dos times brasileiros
há algum tempo.
Mas alguns detalhes dão um
“Sazon” nesse esquema “feijão com arroz”: os jogadores que atuam abertos pelo
lado jogam com o famoso “pé trocado”: Romarinho destro na esquerda e Cuadrado
canhoto na direita.
Isso possibilita que eles
façam o facão tanto para chutar a gol quanto para se associar ao centroavante e
aos demais companheiros. Outro fator importante é que, ao fazerem o facão, eles
abrem o corredor para o lateral. No caso do jogo de ontem, o lateral esquerdo
Maicon fez muito isso.
Outro fator interessante é
que os dois homens de área (Luan Parede e Jheimy) têm características semelhantes:
de retenção de bola, o que é importante porque eles têm capacidade de gerar
jogo tanto para os homens de lado, que geralmente voltam para marcar, quanto para
o meia e os volantes. É uma boa estratégia, sobretudo para gramados pesados
como os do Pará.
As muitas substituições feitas
ontem, que serviram para o técnico ver o comportamento dos atletas, mantiveram
o desenho tático. Resta saber quais coelhos Mathaus Sodré terá na cartola para
mudar o esquema de jogo quando isso se mostrar necessário. Veremos com o tempo.
Ontem foi só uma pequena amostra.