Nesse grande momento vivido
por Vinícius Jr., do Real Madrid, é inevitável a comparação com Neymar, o grande
craque desta geração.
É óbvio que Neymar dispõe
de mais qualidades técnicas que Vini. Ele dribla melhor, passa melhor e
finaliza melhor. Mas calma!
Vini é hoje, de longe, o
jogador com maior capacidade de definir partidas em alto nível. Não à toa, foi
eleito o craque da Champions League, maior competição de clubes do planeta, que
fica atrás apenas da Copa do Mundo.
Fez o que fez no meio de
feras como Mbappé (seu novo companheiro de clube), De Bruyne, Haaland...
Vini Jr. repete a história
do menino pobre da favela, que é alçado ao topo graças ao futebol. Apesar de
repetida, não é uma história fácil de ser escrita.
Para além do futebol, ele ainda
foi colocado à prova em meio ao racismo estrutural, que é elemento comum no
Brasil e mais ainda na Espanha. Não se calou; ao contrário, “tretou”,
enfrentou, driblou o racismo, colocando sua cara à tapa.
Poderia ter desistido, ter
sucumbido, ter aceitado as ofensas e o menosprezo. Mas escolheu enfrentar e
venceu... pelo menos até aqui.
A depender do que ocorrerá
nos próximos meses, ele pode ser eleito o melhor jogador do mundo. Por
enquanto, não há desculpas para que outro nome ganhe a bola de ouro.
Quanto aos que vão votar
no prêmio de melhor do mundo, cabem-lhes duas opções: aceitar os fatos ou
fingir que a Champions não aconteceu.
Quanto a Neymar, ia me esquecendo:
ele agora aparece com medalha de campeão “Sauditão”, gabando-se por ter vencido
sem jogar, lembrando-se dos tempos de escola em que só colocava o nome no
trabalho que os outros colegas faziam.
Ah! O menino de 32 anos apareceu
também se envolvendo em polêmicas com uma atriz que já saiu da mídia há tempos;
e o pior: ele está na contramão da opinião pública, pois apoia um projeto para
privatizar praias brasileiras.
Este é Neymar, um cara tão
pobre, mas tão pobre, que só consegue ter dinheiro.
(Chagas Filho)