Quem mora no sul e sudeste do Pará e precisa viajar
de vez em quando entre as cidades desta região “come o pão que o diabo
amassou... com os pés”.
Praticamente não existe estrada. E tanto faz se é estadual
ou federal. O que existem são ilhas de gente esquecida penando para rodar 100
quilômetros ou até menos em espaços de duas, três horas ou até mais.
Os carros se acabam, a poeira devora a paciência do
cidadão e os buracos engolem o resto de esperança em dias melhores.
São tantas siglas: BR-155, BR-230, PA-287, PA-279,
PA-275, PA-160... Ufa!
São tantas letras e números que não servem para
nada. Servem apenas para quem não anda por essas bandas.
É angustiante viver numa região tão rica, tão
conhecida e tão cobiçada, onde o povo não tem direito nem de viajar quando
precisa.
O pior é que nossas cidades já foram brindadas
tantas vezes com visitas ilustres de gente que só sabe prometer e depois volta
para seus gabinetes refrigerados na capital.
Por isso é que quase todos que moram aqui não se
sentem parte do Pará.
De fato: não somos, talvez jamais seremos.