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sábado, 16 de maio de 2020

O Brasil nunca será uma Venezuela! Nunca!




(*) Chagas Filho

Pense na Venezuela: um país miserável, onde as pessoas passam fome, governado por uma ditadura comunista. Certo?
Pois bem, a Venezuela com seus 28,87 milhões de habitantes tem 455 casos de covid-19 e “apenas” 10 mortes. O percentual da letalidade pelo coronavírus é de 2,2%. Já na comparação do número de mortos com a população total do País, está sendo registrada uma morte para cada grupo de 2,887 milhões de habitantes.
No Brasil, onde o capitalismo triunfa sobre o comunismo, estão confirmados oficialmente 229 mil casos da doença, responsáveis por mais de 15 mil mortes, com percentual de letalidade de 6,8%. Outro dado estarrecedor: no Brasil a covid-19 mata uma pessoa para cada grupo de 14.790 habitantes.
Voltando à Venezuela (aquele lugar horrível), temos a notícia de que lá o ditador Nicolás Maduro editou um novo decreto presidencial estendendo o Estado de Alarme Nacional por mais 30 dias, desde o último dia 14. Segundo a Agência Brasil de Fato, a nova medida do “ditador” inclui a suspensão de serviços não essenciais, o fechamento das fronteiras terrestres e do espaço aéreo, assim como a quarentena social para toda a população.
Agora vamos fazer o seguinte exercício, imaginemos por um minuto que no Brasil tais medidas tivessem sido tomadas lá atrás, quando o seu Jair ainda dizia que era apenas uma “gripezinha”, e com isso nosso país atingisse as mesmas taxas dos venezuelanos. Possivelmente hoje teríamos menos de 4 mil casos e algo em torno de 80 mortes, no máximo.
São os números e suas projeções.
Eu sei que as realidades são diferentes, as relações sociais são outras, a própria consciência social da população não é igual, mas 15 mil mortos!? Não dá.
Fui duramente criticado no último artigo, quando relacionei o alto número de mortes por coronavírus no Brasil à péssima escolha da maioria do eleitorado na última eleição presidencial. Reafirmo, foi péssima e infeliz essa escolha. É claro que o vírus mataria, mas por que em alguns lugares ele mata proporcionalmente bem menos que outros?
É claro que existem explicações históricas para isso. Mas não devemos esquecer e nem podemos perdoar o nosso Congresso que, logo depois do golpe contra Dilma, aprovou a PEC do teto dos gastos públicos, que limitava o investimento em vários setores, inclusive na saúde, pelos próximos 20 anos. Com a medida o SUS deixa de arrecadar quase R$ 10 bilhões. Adivinha quem estava lá aprovando a PEC? Jair Messias Bolsonaro, que hoje é o presidente. E é só por isso que eu o estou citando, embora eu nem goste de falar esse nome (fiquem tranquilos, dei três batidas na madeira).
Para além disso, há mais ou menos um ano, este mesmo elemento que ocupa indignamente a cadeira de presidente da República enviou proposta para perdoar dívida de R$ 30 bilhões do agronegócio.
Não vou nem falar de toda a crise política instalada no país a parte da postura do indigno, que se presta a causar intrigas com governadores, com ministros, com a Imprensa, com quem ele pode, bem no meio da maior pandemia deste século.
Então, quando eu digo que certamente teríamos menos mortes se tivéssemos um governante que governasse, falo isso embasado na realidade, porque eu não vivo no universo paralelo dos fanáticos, que se regem pela “auto-verdade”, já descrita brilhantemente pela jornalista Eliane Brum.

(*) Autor é jornalista, pedagogo e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Bolsonaro e covid-19 assolam o Brasil




(*) Chagas Filho

Já são mais de 14 mil mortes e mais de 207 mil casos em todo o Brasil. Só no Pará são mais de mil óbitos, sendo 42 em Marabá até ontem (14). Esse é o fruto da péssima escolha feita pela maioria dos eleitores brasileiros na última eleição presidencial. Quer conferir se é verdade?
O então ministro Luiz Henrique Mandetta sugeriu medidas mais severas de isolamento social, mas recebeu um “não” como resposta e acabou pedindo demissão.
Há menos de um mês, assumia seu substituto, Nelson Teich, que agora também entrega o cargo após ousar questionar o uso indiscriminado da “Cloroquina de Jesus” e após também sugerir medidas mais rigorosas de isolamento, como havia feito seu antecessor.
Para manter seus caprichos e salvar os CNPJs, Bolsonaro deve estar anunciando – se já não anunciou – um general para comandar o Ministério da Saúde.
Ou seja, estamos enfrentando uma crise sanitária, que não dá mostras de que está diminuindo sua letalidade; e, ao mesmo tempo, enfrentamos uma crise política, que também não dá mostras de que está sendo aplacada.
O Brasil é uma nau à deriva, sem prumo, sem quilha... com um louco na cabine de comando, que é incapaz de enxergar o tamanho da tempestade que cerca sua frágil embarcação ou o que restou dela.
Para a sorte do comandante louco – e azar de todos nós – ainda há muitos que o apoiam, que estão “fechadoComBolsonaro”. É o vírus da cegueira social.
Veja:
No meio de toda essa pandemia, temos um presidente que já trocou duas vezes de ministro da Saúde e terá de nomear um terceiro em um intervalo de dois meses;
Temos um presidente que, ao ser questionado sobre o número de mortes pelo coronavírus, responde “E daí?... Quer que eu faça o quê?”
Temos um presidente que incita a população a pegar em armas para enfrentar governadores e prefeitos que temem expandir a abertura das atividades econômicas.
Enfim, com este governo, sairemos do isolamento social sem nunca termos entrado nele direito. O resultado isso são as filias caixões e enterros sem velório.
Um amigo me disse hoje que, com o passar dos dias, somente os fanáticos continuarão apoiando este governo.
Isso é verdade. O problema é que eles são muitos.

(*) Autor é jornalista, pedagogo e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Conjove/ACIM promove Bate-Papo Empreendedor Live



O Conselho dos Jovens Empresários de Marabá (Conjove) e a Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM) retomaram o "Bate Papo Empreendedor Live". O evento agora será nas quartas e sextas-feiras (às 18h30), uma nova versão do Programa de Empreendedorismo das duas entidades.
O convidado de hoje é Cyro Tida, empresário do Grupo Tida: Posto Tida e Shopping do Pão Km 6, Posto Vitória e Arigatô Sushi Bar, Ponto do Café e Cartola Barber Truck.
O Bate Papo Empreendedor Live no Instagram @conjoveacim e será conduzido pelo nosso Presidente Ergino Ferreira.

Coronavírus: Em live, pesquisadora diz que Marabá precisa intensificar isolamento




Professora doutora Ana Cristina, do curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifessapa), que atua nas áreas de Epidemiologia e Estatística, participou de live na página do Sindicato dos Docentes da Unifesspa (SindUnifesspa), falando sobre o coronavírus no Pará e mais especificamente em Marabá.
Entre outras informações ela explicou que, por ser Marabá uma cidade polo no sudeste do Pará, até por causa da Rodovia Transamazônica que corta o perímetro urbano, é possível que haverá notícias piores daqui pra frente, caso medidas mais cautelosas não forem colocadas em prática.


A entrevista foi dada ao professor Rigler Aragão, coordenador do SindUnifesspa. Durante o bate-papo de 40 minutos, a pesquisadora explica que o município – assim como outros - tem dificuldade de realizar testes para saber quantas pessoas exatamente estão doentes. Segundo ela, os números divulgados pelos boletins diários da prefeitura são referentes a pessoas que fizeram testes 15 dias antes.
Ela também se mostrou surpresa com o avanço da doença. Segundo Ana Cristina, desde o dia 18 de março, quando foi registrado o primeiro caso no Pará, ela começou a fazer um acompanhamento da doença.
O modelo estatístico que ela propôs previa que até 15 de abril o Pará estivesse com 360 casos confirmados, em 15 de abril, já havia quase 500 casos (487 para ser mais exato).
“A partir daí podemos observar que o aumento do número de casos no Pará foi muito acelerado, mais do que os modelos estatísticos estavam prevendo e infelizmente isso tende a continuar”, alerta.
“O que me preocupa é que as pessoas não estão sabendo interpretar os números”, continua a professora, explicando que muita gente simplesmente não respeita o isolamento social
A pesquisadora chamou atenção para outro dado interessante: “Esta é uma doença para nos lembrar que o que está matando no Brasil são as pessoas que vivem em vulnerabilidade e desigualdade social, porque metabolicamente falando a gente não espera que uma criança ou adolescente morram de uma infecção respiratória desse nível”.
Com isso, ela explica que a formação imunológica das pessoas mais carentes não é boa. Em Marabá, por exemplo, 98% da cidade tem fossa e a maioria é fossa rudimentar. Ela questiona como as pessoas vão manter hábitos de higiene, se nem mesmo têm acesso a rede de esgoto. “É esse tipo de vulnerabilidade que está matando e vai matar mais ainda”. (Chagas Filho)



sexta-feira, 8 de maio de 2020

Sábado tem churrasco na casa de Bolsonaro. Vai comemorar o quê?




(*) Chagas Filho

Seu Jair (aquele do e daí?) dará um churrasco neste sábado (9), reunindo uns 30 amigos particulares em casa. Esse é o retrato do País.
Qual será o motivo da comemoração?
Será aniversário de alguém?
Ou estará nosso presidente comemorando as 10 mil mortes causadas pela “gripezinha”?
Entre os motivos para comemorar estará o quê?
Os hospitais sem respiradores?
A falta de leitos?
A sobrecarga sobre os profissionais da saúde?
O que há de tão importante a ser comemorado?
O que há de tão urgente?
Estará saboreando a formação imunológica dos pobres, que é em regra deficiente? E por isso morrem tantos?
Ao cortar fartos pedaços de picanha malpassada, estará ele pensando na morte dos CPFs? Ou festejando a sobrevida dos CNPJs?
Vai comemorar o quê? As filas de caixões prestes a entrar nos cemitérios?
Do que rirão os canalhas neste sábado?
Da covardia do STF?
Da covardia do povo?
Da cumplicidade do Centrão?
Da hipnose do gado?
Rirão do controle sobre a Polícia Federal?
Bolsonaro sempre debochou da vida dos pobres e agora também debocha da morte.
Esse churrasco, ainda que feito das melhores peças, terá gosto de morte, de desamor, de trapaça, de injustiça e covardia.
Esse é o cardápio dos canalhas que festejarão na casa de Jair.
Mas a história não lhes perdoará, tampouco perdoará os que ainda o apoiam.
Bon appétit.

(*) Autor é jornalista, pedagogo e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia.


Marabá: Entidades lançam campanha solidária “Lockdown já!”



Um coletivo de entidades que militam na defesa dos direitos humanos em Marabá e região lançou a campanha “Lockdown já!”. O objetivo é manter o maior número de pessoas em casa para diminuir as mortes pelo coronavírus, que em Marabá chegaram a 26 até ontem (7). Mas não é só isso...
Atrelada ao pedido de lockdown (confinamento), as entidades também lançaram campanha de arrecadação de alimentos e outros donativos para quem estiver passando por problemas financeiros devido ao fechamento de várias atividades comerciais.
Em manifesto divulgado à Imprensa e nas redes sociais, as entidades alertam que o lockdown é considerado o nível mais alto de segurança sanitária e pode ser adotado em situação de grave ameaça ao Sistema de Saúde, “o que claramente estamos vivendo em Marabá”, diz o manifesto.
“Em lockdown todas as entradas do perímetro definido para o bloqueio são controladas por profissionais de segurança e ninguém tem permissão de entrar ou sair. Os objetivos são interromper qualquer atividade por curto período de tempo, sendo uma medida eficaz para a redução da curva de casos e para reorganização do sistema”, explicam as entidades.
Ainda segundo o manifesto, os países que implementaram o lockdown conseguiram sair mais rápido do momento mais crítico da pandemia. No Brasil, a medida já foi imposta à região metropolitana de São Luís (MA), Fortaleza (CE) e na Região Metropolitana de Belém.
“O quanto antes resguardarmos nossa cidade, melhor, pois poderemos voltar as nossas atividades mais cedo. Conscientização, respeito e cuidado com a cidade de Marabá”, finaliza o documento assinado pelo coletivo feminista “Juntas”, Fundação Zé Cláudio & Maria e a Rede Emancipa – Movimento Social de Cursinhos Populares.
*Campanha solidária*
As mesmas entidades iniciaram também uma campanha de arrecadação em solidariedade às pessoas que mais estão sofrendo com a crise acentuada pelo covid-19, tanto do ponto de vista sanitário como econômico.
Inicialmente as doações financeiras serão revertidas em cestas básicas, produção de máscaras e produção de material de higiene e limpeza.

*Serviço:*
As doações podem ser feitas para uma conta poupança em nome de Naide Cordeiro Pacheco. Os dados são:
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 1578
Conta: 683106
Operação: 013
CPF:64069885234
Para quem tiver dúvida, ou queira conversar com algum responsável pela campanha, o contato pode ser feito pelos seguintes números de WhatsApp:
(91) 983174151 Juntas
(94 )981443100 Emancipa
(94) 98196-9760 Fundação Zé Cláudio & Maria


sábado, 2 de maio de 2020

Bolsonaro: o Messias da morte, da ignorância e da corrupção



(*) Chagas Filho
Enquanto as mortes por coronavírus avançam no Brasil, chegando à casa dos 6,5 mil óbitos, o presidente da República – na contramão do mundo – segue fazendo “procissões” sem propósito nenhum, a não ser o de causar aglomerações que certamente elevam o risco de contaminação e de mortes no País. Mas...
“E daí?”
A última parada do “mito” foi no Estado do Goiás, onde ele foi cercado por centenas de ignorantes que tentavam a todo custo tocar as vestes do “messias” em busca de conseguir alguma bênção, uma cura, um milagre. Porém o máximo que conseguirão será expor-se ao coronavírus. Mas...
“E daí?”
Nessa peregrinação em terras goianas, diferente do verdadeiro Messias, que multiplicava pães, peixes e vidas, este novo “messias” multiplica vírus, ignorância e violência, nesses estranhos tempos, nesses dias de eventos estranhos. Mas...
“E daí?”
Enquanto aquele Messias dizia, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Este diz: “Sou messias, mas não faço milagres”. Nem precisava, as pessoas de boa índole e de razoabilidade média não esperavam por milagres, queriam apenas um governante capaz de governar. Não o temos. Mas...
“E daí?”
Não fossem as iniciativas de governadores e prefeitos, certamente o número de covas rasas abertas às pressas e o número de enterros sem velórios seriam bem maiores. Mas...
“E daí?”
Até mesmo, Donald Trump, “mito do mito”, assume a responsabilidade pelas mortes em seu país e se rende ao isolamento social, enquanto a personificação da fraude que se senta na cadeira de presidente da República continua sua sucessão de vexames, seus excessos em excesso. Mas...
“E daí?”
Não nos esqueçamos que, ao passo em que o “messias” é abraçado pelas pessoas em tempos de pandemia e de isolamento social, noutro canto do País, seu ex-amigo Sergio Moro, diante de três delegados federais, repete todas as acusações que havia feito na semana passada, de que o “mito” tenta controlar a Polícia Federal, para sabotar as investigações que muito possivelmente vão chegar aos seus filhos, tão toscos, corruptos e arrogantes quanto o pai. Mas...
“E daí?”

(*) Jornalista provisionado, pedagogo e mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia.