Estudo apresentado terça-feira (12), durante a
Conferência Ethos Internacional, em São Paulo (SP), mostra que a produção de
ferro-gusa e aço no Brasil tem em sua base problemas graves que precisam de
soluções urgentes e mudanças drásticas.
Intitulado "Combate à devastação ambiental e ao
trabalho escravo na produção do ferro e do aço", o estudo foi feito pelas
organizações Repórter Brasil e Papel Social, a pedido de WWF-Brasil, Instituto
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Rede Nossa São Paulo e Fundación
Avina. O documento é resultado de mais de dois anos de pesquisas.
As pesquisas de campo foram realizadas em 12
cidades, entre elas Marabá, São Luís (MA) e Imperatriz (MA). Tais pesquisas permitiram
não só traçar e demonstrar a ligação direta entre algumas das principais
fabricantes de ferro e aço do país com a produção de carvão clandestino, como
também detalhar mecanismos comumente utilizados para driblar a fiscalização.
Um exemplo é a lavagem de carvão, quando unidades
produtoras ilegais regularizam o produto com documentos falsos ou apresentando
a produção como se fosse de uma unidade regularizada.
O estudo também trata de reflorestamento de fachada,
uso de terras públicas, contrabando de carvão do Paraguai e de como o
desmatamento e a exploração do homem têm recebido apoio e investimentos
públicos.
Foram identificados grupos que usaram carvão vegetal
de fontes flagradas produzindo de forma ilegal. Entre eles, Sinobras, Sidepar,
Cosipar, entre outros.
O estudo vai mais longe e diz que essas empresas,
enquanto processavam esse carvão, estiveram conectadas comercialmente a grandes
companhias como ArcelorMittal, Cosipa, Gerdau, Mahle, Fiat, Ford, General
Motors e Volkswagen.
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