Desde 2010 existe decisão judicial que obriga a
devolução à União de parte da Fazenda Cedro, em Marabá, onde ocorreu o conflito
de ontem.
Em outubro daquele ano a Justiça Federal em Marabá
determinou a reintegração de posse para o Incra de área de 826 hectares
pertencente ao projeto de assentamento Cedrinho e ficava por dentro da cerca da
fazenda como se pertence ao Grupo Santa Bárbara.
Esse caso da Fazenda Cedro é exemplar. O que ocorre em
grande parte das fazendas da região é que o fazendeiro tem documentação apenas
de parte da fazenda que ele diz ser dono, mas passa a cerca em toda a área.
Em suma, trata-se de um invasor também, pior que o
MST, pois o movimento requer áreas para várias famílias, e quando entra em
alguma propriedade com esse fim, o faz sob todos os riscos, inclusive o de ser
preso, baleado ou morto.
Já o fazendeiro invade uma grande área (latifúndio) para
ficar sob o controle de uma única pessoa (ele mesmo), e quando o faz recebe
todo apoio, da sociedade, do Poder Judiciário e dos bancos que o financiam para
derrubar a floresta e transformá-la em pasto.
O problema todo é que vivemos num mundo às avessas. Por
isso que ninguém fala sobre isso.
“E meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar
E mentir, mentir, mentir
E matar, matar, matar”
(Renato
Russo)