No final da tarde de terça-feira (5), ativistas de movimentos sociais fizeram protesto em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5de junho) em Marabá. O local escolhido foi novamente a Ferrovia Carajás, na altura da Invasão da Coca-Cola, na Nova Marabá.
O manifesto também foi uma forma de protestar contra as atividades da Mineradora Vale, que completou 70 anos de operações no dia 1º deste mês, segundo informou o sociólogo Raimundo Gomes da Cruz Neto, o “Raimundinho”,do Centro de Educação, Pesquisa, Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), um dos líderes do movimento.
“Para nós, não vale discutir meio ambiente, falando que não pode queimar lixo, não pode jogar papel no chão, enquanto a grande destruição está sendo feita pela Vale na região”, acusa Raimundinho, que também é engenheiro agrônomo.
O ativista foi mais longe e afirmou que a Vale já é destruidora da Floresta nacional de Carajás e da Floresta Nacional do Itapirapé,assim como seria responsável por poluir os rios Parauapebas, Salobo, Azul e Itacaiúnas.“Se nós discutirmos o Dia do Meio Ambiente nesta região sem falar da destruição causada pela Vale, não estamos falando coisa nenhuma”, arrematou.
Ainda de acordo com Raimundinho, o local escolhido pelo protesto se justifica porque lá, ao longo da ferrovia, está sendo criado um pântano, onde a água da Grota Criminosa fica represada porque não tem vazão suficiente.
Segundo ele, as famílias que tiveram suas casas inundadas pela água durante a forte chuva do dia 2 de novembro do ano passado nunca foram indenizadas pelos seus prejuízos. “O que a Vale está fazendo em nossa região é a degradação ambiental e o saque de nossas riquezas”, denunciou.
Integravam o movimento, além do Cepasp, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o MST, entre outras entidades.
Nota da Vale
Todas as atividades da Vale são guiadas por uma política de transparência, proteção ao meio ambiente, desenvolvimento dos seus empregados e melhoria da qualidade de vida nas comunidades em que está inserida. A empresa emprega atualmente mais de 138 mil pessoas, entre profissionais próprios e terceirizados, dos quais quase 20 mil estão no Pará, além das cerca de 9 mil vagas de trabalho em projetos em fase de implantação no Estado.
Os investimentos da empresa (inclui investimento e custeio) atingiram o volume de US$ 7,2 bilhões no Estado em 2011. No último trimestre deste ano, já ultrapassaram a marca de US$ 1,5 bilhão. Apenas na área socioambiental foram investidos US$ 27,8 milhões no Estado nos três primeiros meses de 2012.
As operações e Vale ajudam também no desenvolvimento local. Em compras no Pará, o patamar foi de mais de R$ 5,9 bilhões em 2011.
Na área ambiental nosso compromisso está presente no dia-a-dia. Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Vale contribui com a gestão da Floresta Nacional de Carajás, (onde ocupamos uma área menor que 3%) e no desenvolvimento de pesquisa e, com isso, com a ampliação do conhecimento da biodiversidade na região. Essa parceria permite também a realização de vigilância do território que auxilia no monitoramento e combate a incêndios florestais.
Em Marabá, renovamos parcerias com instituições ambientais, entre elas com a Fundação Zoobotânica de Marabá (FZM) e com o Movimento Educacional de Preservação da Amazônia (Mepa), que atua no projeto de preservação de quelônios no Rio Tocantins.
Ainda na área ambiental, a Vale desenvolve um amplo programa de recuperação de áreas, que tem como objetivo a recomposição vegetal das áreas já mineradas. A empresa mantém ainda uma estruturada rede de monitoramento ambiental que avalia, sistematicamente, aspectos como a qualidade do ar, dos ruídos e vibrações e da água nos locais onde mantêm suas operações.
Sobre o forte temporal de novembro do ano passado, que atingiu diversos bairros de Marabá, ficou constatado que, naquele dia, choveu o volume previsto para um mês na cidade. Esta informação, consta, inclusive, do laudo técnico apresentado à Defesa Civil Municipal.