Sentadinho lá no fundo do auditório do Campus I da
UFPA, durante a audiência pública sobre a Unifesspa, fiquei acompanhando os
discursos de gente que mora em cidades desta região. Eles falaram basicamente a
mesma coisa: vivem em cidades ricas, mas de gente pobre.
Uma coisa em comum a exploração mineral nessas áreas.
Tudo isso é muito estranho porque as cidades que não
receberam os “investimentos” da Vale estão devidamente lascadas.
Mas, ao mesmo tempo, naquelas cidades que tiveram a “sorte”
de nascer sobre reservas minerais, a maior parte da população continua imersa
numa miséria profunda.
Qual é a lógica disso tudo?
Pior é que as críticas foram muitas contra a Vale
durante a audiência, mas quando o professor Wanderley Padilha disse assim: “Vamos
reestatizar a Vale?” deu pra ver no semblante de muitos que ninguém quer que
isso aconteça. Será por quê?
É isso:
“Ossos do office-curumim
Dança o povo negro
Dança o povo índio
Sobre as roças mortas de aipim”