Não tenho condições técnicas para definir se houve erro médico ou negligência no caso da última morte de recém nascido no Hospital Materno Infantil de Marabá. Mas uma coisa é certa: alguém tem que pagar.
Eu sei que há quem diga que fatalidades existem e tal. Mas no caso do HMI, não.
Não se trata de fatalidade, nem de percentuais aceitáveis. Já houve mortes demais. Ali as denúncias de mau atendimento e maus tratos são muitas. Somam-se vergonhosamente às denúncias de falta de material para atendimento das gestantes.
Saem-se bem ali aquelas que por conta própria conseguem parir, quando não há complicações e a própria natureza se encarrega de dar a vida.
Mas nos outros casos – que não são poucos – em que as mães precisam de atendimento de um profissional, o abandono e a estrutura pobre são um veneno para mães e bebês.
Os gritos e gemidos não são ouvidos. A única coisa que parece entrar nos ouvidos moucos dos atendentes é o som do silêncio, quando o coraçãozinho, que ainda nem nasceu direito, pára de bater.