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terça-feira, 11 de outubro de 2011

“O avesso do avesso”

Já faz pelo menos um mês que os bancários estão em greve. Em Marabá apenas o Banpará tem suas atividades normalizadas. No mais, as portas estão fechadas na cara dos clientes.
Os bancários, que sempre foram sinônimo de sucesso profissional e de qualidade de vida, agora são exemplo vivo de que o sistema é cruel com todos os trabalhadores.
O achatamento dos salários é comum a todos. As empresas atuam como se não existisse excedente de produção.
E, como disse certa vez o grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, “os seres humanos passaram a ser recursos humanos”.
Os balanços trimestrais dos bancos mostram lucros que parecem muito distantes da realidade dos que têm a sorte de ganhar um pouco mais de mil reais por mês.
No centro de toda essa crise está o usuário do sistema bancário (todos nós).
E nos chateamos com os trabalhadores em greve e os culpamos pelos juros altos, pelas horas de espera na fila, pelo mau atendimento, pelo assalto na saída da agência...
O sistema lança os irmãos na arena e os empurra numa luta sem sentido e começamos a viver num mundo que passa longe de ser o verdadeiro.
E poucos parecerem perceber o tamanho dessa enrascada.