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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Invisíveis

Atearam fogo num garoto de 14 anos que vivia perambulando pelas ruas da Velha Marabá.
Não é de hoje que mendigos esmolam pelos cantos das construções em busca de comida e crack (não necessariamente nesta mesma ordem). O pior é que entre os “donos de nada” que andam no meio de nós há muitas crianças. Eu me encontro com eles quase todos os dias, deitados debaixo de papelões na sala dos caixas eletrônicos das ricas agências bancárias que sugam nossa cidade.
Ninguém olha para eles, nem prefeitura, nem Poder Judiciário, nem Ministério Público... ninguém.
Os órgãos do Estado não cumprem seu dever, previsto no Artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.
Nunca!
Esses meninos e meninas só são lembrados quando roubam, quando matam, quando morrem ou quando são torturados por algum idiota... como agora.