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terça-feira, 16 de agosto de 2011

O transporte escolar e as laranjas

O Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Pará (Sintepp), subseção Marabá, aguarda ansioso por uma resposta do Ministério Público Federal (MPF) em relação à situação do transporte escolar no município. Diretores do sindicato desconfiam que quase todos os veículos pertencem a dois funcionários do primeiro escalão da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Embora não tenham provas, os denunciantes colheram muitos indícios durante viagem que fizeram pelas escolas da zona rural de Marabá. A partir de depoimentos de gente que vive a realidade do transporte escolar na zona rural, eles chegaram à conclusão de que é possível que “laranjas” estejam sendo usados como donos dos veículos.
Diante disso, o Sintepp encaminhou a denúncia ao MPF já faz algum tempo e aguarda uma resposta. Por sua vez, os procuradores cobraram explicações da Semed sobre o assunto e estão avaliando toda documentação para decidir se abrirão algum tipo de procedimento para investigar o caso.
Cheguei a manter contato telefônico com o Ministério Público Federal sobre o assunto, mas recebeu resposta de que somente quando (ou se) algum processo oficial for instalado, as informações serão repassadas à Imprensa. Da mesma forma, acontece na Semed.
Indício forte – Um dos casos levantados pelo pessoal do Sintepp é bem interessante. Pouco mais de um ano atrás, uma estudante se acidentou quando era transportada do colégio para casa, na vila Murumuru, a 30 km do centro da cidade.
Na ocasião, quem procurou a família da estudante para resolver toda a situação foi um servidor da Semed, que se identificou como proprietário do veículo.
Este jornalista recebeu cópia da denúncia feita pelo Sintepp ao MPF, onde constam várias irregularidades, sendo a situação do transporte escolar apenas uma das situações que carecem de investigação.
Em verdade, a denúncia assinada pelo coordenador local do Sintepp, Wendel Lima Bezerra, feita em 7 de abril do ano passado, não aborda apenas o transporte escolar, mas de toda a situação das escolas da zona rural de Marabá.
Como o caso ainda está em fase inicial, vamos preservar o nome dos funcionários da Semed supostamente envolvidos nesta possível fraude. Mas continuamos vigilantes.